Capí foi pensada para auxiliar um público diverso em dúvidas sobre o aquecimento global, mas, entre seus principais usuários potenciais, estão, também, os professores do ensino médio. No processo de desenvolvimento do primeiro chatbot climático do Brasil, a equipe da Ambiental contou com a consultoria de um especialista em educação, a pesquisadora Camila Leporace, e com a ajuda de professores dos ensinos fundamental e médio que participaram de grupos focais de pesquisa de usuários e testaram uma versão preliminar do chatbot: "A educação ambiental é tratada de forma transversal na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Professores de várias disciplinas podem utilizar a Capí para conectar temas das suas disciplinas às questões ambientais", explica Leporace.
A seguir, compartilhamos os principais compartilhamos as principais percepções originados nestes testes introdutórios, incluindo uma seção específica com orientações sobre prompts, que são as perguntas ou instruções feitas por usuários ao bot. Não deixe de ler para fazer o melhor uso possível da ferramenta.
Objetivos claros, debates e pesquisas guiadas
Professores de todas as disciplinas podem utilizar o chatbot climático como uma ferramenta para enriquecer suas práticas pedagógicas e aprofundar seu próprio entendimento sobre desinformação e questões ambientais. Por trabalhar principalmente com uma base de dados restrita, selecionada por jornalistas especializados em ciência e meio ambiente, a Capí está menos suscetível a alucinações que outros chatbots de base aberta. A intenção sempre foi a de criar um ambiente seguro para educadores, jornalistas e estudantes, o que é evidenciado pela curadoria das fontes de dados e informações.
Além disso, incorporar a Capí nas aulas pode ajudar a engajar os alunos em discussões sobre desinformação e questões ambientais. Para começar, é importante definir objetivos claros, como aumentar a compreensão dos alunos sobre desinformação ou promover a pesquisa crítica. A escolha de tópicos relevantes, alinhados ao currículo, também é fundamental para enriquecer a discussão.
Uma abordagem prática inclui a criação de atividades interativas, como debates em grupo, onde os alunos podem comparar as informações fornecidas pelo chatbot com outras fontes. Propor pesquisas guiadas, incentivando os alunos a buscar dados sobre um tema específico e compartilhar suas descobertas em apresentações, pode aprofundar o aprendizado. Desta forma, os estudantes poderão desenvolver senso crítico ao usar inteligência artificial, tendo uma fonte confiável de informação como referência
Nossas pesquisas indicam que muitos professores relatam uma falta de associação entre esses tópicos em suas práticas pedagógicas. Sendo assim, o uso de um chatbot pode ser uma ferramenta valiosa, ajudando a apresentar exemplos práticos de como as mudanças climáticas impactam a vida das pessoas.
Por meio de uma pesquisa ativa, é possível incentivá-los a descobrir as conexões entre as mudanças climáticas e questões que afetam diretamente o cotidiano humano, como saúde, segurança alimentar e desigualdade social. Além disso, é importante considerar que a ansiedade gerada ao abordar esse tema pode ser um obstáculo para o engajamento dos alunos. Muitos tendem a se afastar de discussões que parecem pesadas ou inevitáveis.
Portanto, ao utilizar o chatbot para fornecer informações acessíveis e contextuais, os professores podem criar um ambiente mais seguro e estimulante, permitindo que os alunos explorem esses temas de maneira proativa e significativa. Isso não apenas enriquece o aprendizado, mas também facilita um envolvimento mais positivo com as questões climáticas.
A desinformação é um fenômeno mais amplo do que as fake news, englobando não apenas informações incorretas no dia a dia, mas também crenças populares errôneas, artigos científicos pouco confiáveis e a omissão de dados devido à recusa em aceitar informações que desafiem convicções pré-existentes.
Esse fenômeno frequentemente apresenta um componente afetivo, pois está intimamente ligado à visão de mundo predominante no contexto social do indivíduo e aos vínculos afetivos que permeiam suas relações. Como resultado, há uma resistência significativa a informações que contradizem essas crenças, dificultando o diálogo e a aceitação de novas perspectivas.
Prompts são as perguntas ou instruções que os usuários fazem ao bot com o objetivo de receber as respostas para suas dúvidas. Algumas das boas práticas para criar bons prompts são: